segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Alguns motivos para fazer treinamento de força

Hoje o artigo não é traduzido, é um artigo de minha autoria, onde falo, superficialmente, sobre a história e a importância do treinamento de força. Achei importante postar sobre o assunto antes de postar sobre algo mais específico sobre periodização. Enjoy!!

Não quero ficar escrevendo sobre a história do treinamento de força, porém penso ser muito importante entender o porque da grande diferença da cultura esportiva entre ocidente e oriente. O motivo pelo qual os países europeus, principalmente do leste europeu, são até hoje referência no levantamento olímpico. 

O treinamento de força é uma das práticas mais antigas usada para a manutenção da saúde. Em toda a Europa, Rússia e China há relatos da prática de exercícios com sobrecarga, movimentos unilaterais ou bilaterais, utilizando dumbell's, kettlebell's, pedras, barbell's, veículos pesados, entre outros implementos. Esses relatos mostram que reis, rainhas e príncipes sempre admiraram, e até contratavam (o que hoje seria o serviço de Personal Trainer), os chamados Strongmen. Esses homens muitas vezes viajavam por toda a Europa para testar sua força e se fazer conhecidos para conseguir uma boa clientela, além de trocarem experiências, técnicas e métodos de treinamento. Era comum a prática de levantamentos, arremessos, swings e carregar, puxar ou empurrar objetos pesados. Tudo isso com o objetivo de manter a saúde e a capacidade de se manter forte.

Após as duas grandes guerras e a ascensão dos EUA, o mundo ficou dividido em dois e todos queriam mostrar sua supremacia, e conseguir demonstrar essa força nos esportes era um grande feito. Com os soviéticos dominando os levantamentos olímpicos, restou ao ocidente a buscar outras alternativas e os EUA, com o Dr. Cooper, encontrou nos exercícios aeróbios a saída, chegaram por muitas vezes a tentar desacreditar o treinamento de força e afirmar que o treinamento aeróbio trazia mais benefícios. Com o passar dos anos e toda a propaganda em cima dessa teoria, crescemos acreditando e somente pesquisando sobre o assunto, esquecendo de pesquisar e estudar os benefícios do treinamento de força.

O que Cooper, e tantos outros, não se preocuparam foi com o que a falta de força, tanto causada pelo envelhecimento quanto pelo excesso de atividade aeróbia pode nos acarretar. Do que adianta ter um coração saudável, uma pressão arterial boa, se não tivermos força para realizar as atividades diárias a que somos submetidos? Não conseguir carregar a sacola de comprar, levantar aquela caixa pesada de livros, brincar com as crianças ou até mesmo se manter em pé?

Não estou dizendo que devemos parar de fazer exercícios aeróbios, mas nós Educadores Físicos e a classe médica, principalmente, deveria estar mais bem informada sobre o assunto. Está mais do que comprovado, por meio de pesquisas, de que a atividade aeróbia não leva ao ganho de massa muscular, e mesmo assim dia após dia ficamos sabendo de médicos que indicam, caminhada ou hidroginástica (essa é o pior pra mim ainda mais quando se trata de idosos), dizendo que o treinamento com sobrecarga é perigoso e pode lesionar (sim, isso pode acontecer, mas quase sempre pelo mesmo motivos que vemos má prática na área médica, profissionais ruins e sem capacidade ou experiência).

Para mim, o grande benefício do CrossFit foi mostrar que nós não devemos, só, sermos capaz de correr longas distâncias, além de conseguir correr devemos ser capazes de levantar e carregar aquele pneu na hora da troca ou até ser capaz de levar um tropeção e não se esborrachar no chão por não ter força ou equilíbrio para voltar a uma posição estável. Já venho "lutando" contra esse mito da atividade aeróbia nos meus quase dez anos como Personal Trainer, nos últimos três anos venho estudando e me especializando em treinamento de força, e claro tentando sempre entender o porque da atividade aeróbia fazer tanto sucesso (não é porque não gosto que deixo de estudar sobre o assunto, na verdade fiz o CrossFit Endurance exatamente para entender mais sobre o assunto e poder prescrever treinamentos de corrida mais eficientes e com menos riscos de lesão).

Fonte:  Supertraining by Yuri Verkhoshansky