quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Levantamento de pesos para crianças e adolescentes?!

Esse artigo foi compartilhado ontem pela página TriMax Fitness, empresa do Max Wunderle Headcoach no primeiro CrossFit Endurance Seminar no Brasil, o artigo é recente e assim que terminei de ler vi que será de muita ajuda para todos os headcoach e coach que já estão minitrando classes do CrossFit Kids. Apesar da maioria dos pais  que colocam seus filhos no CrossFit Kids já fazerem parte da comunidade CF, essa será mais uma ajuda para aqueles que ainda possuem alguma dúvida ou receio, e mais ajudará a você repensar se o serviço que está sendo oferecido pelo seu Box está de acordo com aquilo que você acredita. Enjoy!!!


"Na década de 1970 houve uma pesquisa que analisou a baixa estatura de crianças trabalhadoras no Japão. As crianças foram colocados para trabalhar na infância fazendo trabalhos que envolvia levantar objetos pesados, trabalhos em construção, etc. Estes pesquisadores concluíram que a principal razão para o crescimento limitado destas crianças era o fato de elas levantavam objetos pesados para a realização do trabalho, o que levou a quebra das placas epifisárias (placas de crescimento) dos ossos longos dessas crianças o que resultou em elas adquirirem uma estatura menor do que seus pares. Outra razão dada, como motivo secundário, foi a de que o trabalho pesado em uma idade precoce forçaria a produção prematura de testosterona e isso resultaria no fechamento das placas epifisárias. Isso promoveu o mito de que o levantamento de pesos em uma idade precoce atrofia o crescimento da criança.

Os estudos realizados na década de 90, resultou em uma conclusão diferente do antigo estudo, afirmando que a principal causa do atraso no crescimento dessas crianças foi má nutrição. As crianças vinham de uma cultura agrária, onde a grande maioria das calorias ingeridas por essas crianças eram provenientes de legumes e arroz e muito pouca proteína. Quando este mesmo grupo foi estudado alguns anos mais tarde, quando mais proteína foi introduzido em sua dieta, as crianças foram encontrados com a mesma estatura dos seus pares.

Infelizmente esse mito, como o mito “muscle bound”* e o mito que o agachamento completo é prejudicial para os joelhos, ainda persistem com aqueles que querem acreditar no pior sobre treinamento de força. Algo improvável de acontecer, com essa constatação científica e outros relatos semelhantes, bem como acreditar nesses mitos a partir de anedotas, muitas pessoas passaram a acreditar "que as crianças e adolescentes não devem" praticar treinamentos com sobrecarga, disse Avery Faigenbaum, professor de ciência do exercício na Faculdade de New Jersey.

Não há dados que permitam afirmar que levantar cargas pesadas irá lesionar crianças além de outros motivos que não sejam treinamento inadequado e treinadores com erros de julgamento. Então, o que faz com que os dados do NEISS (Pesquisa Eletrônica Nacional de Vigilância por Amostra de lesões) nos diz sobre lesóes na adolescência e juventude e treinamento de resistência. A taxa de lesões da adolescência em levantadores olímpico é 1,39 (por mil participantes), sobre jovens Powerliftters é apenas 1,38 e lesões em jovens jogadore de futebol na sala de musculação é 0,45. O Relatório de dados NEISS não fez distinção entre lesões associadas com treinamento de resistência e aqueles associados com o esporte de levantamento de peso competitivos. Os dados foram baseados em lesões que os pacientes diziam que estavam relacionados com exercícios e equipamentos de levantamento de peso. Seria incorrecto concluir ferimentos foram causados por tais atividades e equipamentos. Em comparação com outras lesões nos esportes juvenis, a taxa de lesões por mil participantes para o futebol HS é 81,1, wrestling HS é de 75, e judô é 542 (lesões múltiplas e várias) e meninas HS voleibol é de 4,9.

Muitos das lesões reportadas foram causadas por: formação deficiente, excesso de carga, equipamentos mal projetados, acesso sem supervisão ao equipamento, lesão fatal de uma criança de 9 anos, onde uma barra rolou um suporte supino e caiu sobre seu peito, e falta de supervisão qualificada

Em um documento atualizado a NSCA assume a posição NSCA (referência incluído), de que o treinamento de força adolescência é eficaz e segura, com instruções adequadas qualificados, equipamentos de segurança, etc.

Uma tradicional preocupação com as crianças é o dano potencial que o treinamento pode induzir à epífise ou placa de crescimento. A epífise é o elo mais fraco no jovem esqueleto. A força da cartilagem é menor do que a do osso e danos a esta área pode fazer com que a epífise se feche, o que resulta na deformação ou perda de crescimento.
A epífise distal do fêmur é a maior pláca e que possui o mais rápido crescimento. A epífise distal contribui para aproximadamente:

- 70% do comprimento do fêmur

- 37% do comprimento do membro inteiro

- 0,375 polegadas (1,0 cm) de crescimento / ano

- ela se fecha entre as idades de 14 e 16 anos nas meninas e entre as idades de 16 e 18 anos nos meninos.

As linhas escuras na imagem abaixo são as áreas da placa do osso longo da coxa, o fêmur.
Sem título

Poucos casos foram de fratura da placa epifisária foram relatados* . A maioria das lesões foram devido a: técnicas impróprias de levantamento, levantamento terra, supino, desenvolvimento, e levantamentos máximas quando não preparados e falta de supervisão qualificada. (Referência citada)

A conclusão é que o halterofilismo (RT) é seguro e eficaz para crianças e adolescência, com a condição de que os exercícios sejam supervisionados por pessoas qualificadas, com equipamentos e ambiente seguros. O mito que o treinamento com sobrecarga causa retardo no crescimento em crianças tem sido provado ser errada, mesmo que persiste em muitos aspectos da comunidade fitness e acadêmica, incluindo pediatras. Fraturas do epífise é uma realidade, mas muito raro em um ambiente supervisionado e segura. Há crescente evidência de que os aumentos de força com a prática do RT por crianças e adolescentes é em grande parte no sistema neuromuscular, em vez do sistema muscular, mas isso é outro assunto.


Links e referências contidos no artigo

file:///C:/Users/Borden7/Downloads/Position%20Stand%20Youth%20Resistance%20Training.pdf
*Rowe, PH, “Cartilage fracture due to weightlifting” Brit J Sports Med. 13:130-131. 1979"

*Não consegui encontrar nada referênte a esse mito, mas ao que parece é o mesmo mito que temos aqui no Brasil de quem pratica treinamento com pesos ficará todo travado, sem mobilidade ou flexibilidade.

Artigo original aqui www.crossfitweightlifting.com